Muito mais que um jogo: O que há por trás dos comerciais do Super Bowl?
- Francini Rodrigues
- 7 de fev.
- 7 min de leitura
Atualizado: 10 de fev.
Confira os melhores comerciais e saiba por que o show do intervalo do Super Bowl é tão importante para a publicidade e a cultura pop mundial.

Se você, assim como eu, não entende nada de futebol americano (melhor já começar admitindo), mas gosta de cultura pop e de estar por dentro dos assuntos da internet, com certeza sabe do que se trata o Super Bowl.
Agora, se não faz ideia do que isso significa, neste artigo vou explicar o que você tá perdendo e te ajudar a ficar por dentro! E como não sou especialista em esportes, apenas curiosa, isso aqui vai soar mais como uma prosa.
Seja você um fã de jogo ou não, e mesmo que só considere o nosso futebol como “futebol de verdade” (aguenta que a gente é penta!) vale a pena conhecer esse lance. E eu prometo marcar pontos, então me dá uma chance!
Pra você entender o jogo de vez:
Calma lá! Eu não vou te explicar as regras do futebol americano. Mas se é isso o que você está procurando, eu fiz a boa: esse texto aqui pode te ajudar.
Agora, como grande fã de música, confesso que meus conhecimentos de futebol americano se resumem a saber que a Taylor Swift namora um jogador (dessa eu já falei com propriedade por aqui) e conhecer quase bem demais os shows de intervalo do Super Bowl.
Quando digo “bem demais”, quero dizer que sou daquelas que fica esperando o evento todo ano, e depois comento com os amigos quase tanto quanto dou um jeito de trazer a Taylor Swift para conversas (fiz de novo).
Fã de pop à parte, também sou, por razões claras, interessada em publicidade. E o Super Bowl é tanto sobre futebol quanto é sobre música e propaganda. Às vezes, até mais.
O evento, que equivale à Copa do Mundo em termos de relevância para a modalidade, marca o fim da temporada do campeonato de futebol americano. Os times da NFL, a liga profissional do esporte nos Estados Unidos, competem durante meses até que apenas dois cheguem nessa final. E é aí que acontece o show!
O Super Bowl foi criado em 1967, e desde então só cresceu em popularidade, patrocínio e visibilidade. E é claro que a NFL não ia perder a oportunidade de lucrar ainda mais com isso, né?
Então, além do jogo em si, ela aposta todo ano em um super show de intervalo — em inglês, o famoso “Halftime Show”.
De olho no placar! Super Bowl em números:
O Super Bowl faz da NFL a liga esportiva mais lucrativa do mundo. Ou seja, nem as ligas nacionais de times da Copa do Mundo, como a nossa CBF, alcançam tanta rentabilidade.
Nos ingressos vendidos para assistir ao jogo, o Super Bowl também agrega valor aos preços por anunciar o show de grandes artistas no intervalo. Só para citar alguns nomes que já pisaram nesse gramado: The Weeknd, Beyoncé, Bruno Mars, Coldplay, Madonna, Paul McCartney e ninguém mais ninguém menos que Michael Jackson, considerado responsável por estabelecer os patamares do show como é hoje. Ah, e ainda teve a volta da Rihanna ao mundo da música, com direito a anúncio de gravidez.

Para você ter uma noção, aqui vai uma comparação dos números da Copa do Mundo da Rússia em 2018, do Catar em 2022, e do Super Bowl no mesmo ano:
Audiência:
A Copa de 2022 contou com uma média de 3.5 bilhões de espectadores durante todo o torneio.
Já o Super Bowl, teve 112.3 milhões de espectadores em um único dia, contando televisão e streamings.
Ingressos:
A Copa disponibilizou ingressos custando de 206 a 1.607 dólares.
Já o Super Bowl, gerou receita de 350 milhões de dólares, com ingressos custando de 5.822 a 25.925 dólares.
Despesas versus lucro:
A Copa do Mundo da Rússia gerou despesas de 1,82 bilhão para o país sede em 2018, com receita de 5,36 bilhões de dólares no total e lucro de 3,54 bilhões.
Já o Super Bowl, teve despesas entre 300-500 milhões de dólares para a cidade sede, com receita estimada em 15,6 bilhões de dólares.
Dá pra notar a relevância, né?
É por isso que os artistas e as marcas ficam de olho no Super Bowl, fazendo com que ele se torne um evento cada vez mais famoso, com direito a anúncios de lançamentos e furos de reportagem.
E com esses números todos na bagagem, anunciar uma marca no evento não sai nada barato…
“Só vim pelo show!”
Apesar da fama e da atenção que os jogadores da NFL atraem, com seus estilos de vida marcantes, círculos de amigos famosos e seu talento para o jogo que os coloca na final, a verdade é que o Super Bowl se tornou um grande show. E é nisso que as empresas estão de olho.
Já que eu comecei com comparativos, dá só uma olhada nos preços para anunciar no show do intervalo:
Na Copa do Mundo do Catar, as propagandas nos principais telões dos estádios ou nas transmissões oficiais nos intervalos custavam 437.707 dólares por 30 segundos de comercial. Com diversos desses espaços comerciais contratados ao longo dos vários dias de competição, estima-se que o rendimento tenha sido de 1,8 bilhão de dólares.
No entanto, não podemos deixar de ressaltar que a Copa acontece por mais de um mês. Enquanto isso, o Super Bowl dura um único dia (isso sem contar a campanha pesada que divulga a final).
Em 2022, os espaços publicitários do Super Bowl custavam em média 6,5 milhões de dólares por 30 segundos de comercial. Com cerca de 80 comerciais transmitidos durante a hora de jogo, estima-se que a receita tenha ficado em torno de 480 milhões de dólares. É bastante, né?
E não é só nos comerciais que o Super Bowl dispara em números. As apostas foram liberadas nos Estados Unidos em 2018, e a Associação de Jogos Americana estimou que 67,9 mil norte-americanos apostariam na final do campeonato, totalizando um rendimento de 23,1 bilhão de dólares americanos como receita.
Mas uma curiosidade: apesar de tanto lucro com o show de intervalo, os grandes artistas que se apresentam não recebem nem um centavo.
Tudo bem, não é bem assim. É que a NFL arca com todos os custos da produção do show em si, que podem chegar a até 15 milhões de dólares. O pagamento dos artistas é a exposição estratosférica que recebem com a apresentação, e ela vale a pena, já que a performance sempre se torna marcante. Alguns artistas aproveitam, inclusive, para anunciar projetos ou divulgar seus trabalhos recentes. Então, assim como muitos de nós, eles só vão pelo show.
As melhores propagandas do Halftime Show:
Para a edição de 2025, a Fox já vendeu pelo menos 10 anúncios de 30 segundos por cerca de 8 milhões de dólares. Além do lançamento do trailer do aguardado filme do Stitch, da Disney, podemos esperar muitas outras novidades.
Enquanto isso, eu fiz uma listinha com algumas das propagandas mais icônicas do Super Bowl:
“Dreams Come True”, NFL:
Nada mais justo do que começar com esse vídeo da própria liga de futebol americano, mostrando o projeto educativo do esporte que atua em diversos países do mundo no emocionante comercial estrelando jogadores famosos.
“Dina and Mita”, Doritos:
Com participação da atriz Jenna Ortega, o comercial do lançamento do Doritos Dinamita tinha aquilo que o show de intervalo pede: entretenimento.
“Romance”, Skittles:
Simples, criativo, eficaz. O comercial das balinhas Skittles passou a mensagem de maneira direta e divertida, e assim como o projeto de Julieta do vídeo, ficamos mais interessados em provar a guloseima do que em viver essa cena de romance clichê das pedrinhas na janela com um Romeu.
“Search On”, Google:
Em um exemplo impecável de Storytelling assertivo e simples, a Google transmitiu uma trajetória emocionante, romântica e digna de filme utilizando apenas o seu buscador, para trazer identificação com uma certeza: você busca tudo no Google.
“Your Cheating Heart”, Pepsi:
Nada mais marcante do que a eterna rixa entre Pepsi e Coca. No catálogo de propagandas provocantes das duas gigantes, esse curtinho do Super Bowl de 1996 figura como um dos mais famosos, mostrando que nem o entregador da Coca resiste em trair a marca com a rival. Imagina brincar com isso num evento desse porte? Tem que ter coragem!
“Brotherly Love”, Coca-Cola:
E para não ter favoritismo entre rivais, porque para isso o Super Bowl já tem o jogo, a Coca emocionou todos os irmãos por aí com essa historinha típica de implicância e amor.
Agora, por falar em implicância…
Onde assistir o Super Bowl?
O próximo Super Bowl acontece no domingo, dia 09 de fevereiro, e será transmitido pela RedeTV! na televisão aberta. Você também pode assistir ao jogo e ao halftime show no streaming Disney+ ou na ESPN, na TV a cabo. A partida começa às 20h30 (horário de Brasília).
O show do intervalo do Super Bowl deste ano é do icônico rapper Kendrick Lamar, que vai contar com a presença mais que especial da cantora SZA. Podemos esperar uma grande performance!
E além do show costumeiro e do desfile de celebridades na plateia, em 2025 tem mais um motivo para atenção da mídia no campo: os times que se enfrentam são os Eagles, da Filadélfia, e os Chiefs, do Kansas. E o jogo acontece com gostinho de revanche, já que em 2023 esses dois gigantes também se enfrentaram na final, com o time do Kansas levando a melhor.
Eu com certeza vou estar ligadinha no jogo. Nem que seja para assistir ao show ou ver a Taylor Swift na arquibancada dividida entre seu time de infância, os Eagles, e os Chiefs, time do namorado (pois é, falei dela de novo).
Mas e aí, deu pra entender por que o Super Bowl dá o que prosear?
Agora que você já sabe os motivos para esse evento render tanto, bora assistir e comentar? Segue a gente nas redes sociais pra não perder nada e até a próxima prosa!